Quem sou eu

Minha foto
eu sou aquele que não sou mas que sou ao mesmo tempo, que voa mas que anda quando voa, sou finito no infinito, sou a vida na morte e sou o tudo e o nada eu sou aquilo que vc ama mas que odeia eu sou um ser humano.

sábado, 17 de junho de 2017



Resultado de imagem para imagens de anjos negros com pe no mundo





O Reino de Deus, a Igreja e o Mundo. 

Apesar do tema posto acima não sou um magnífico escritor e muito menos especialista em nenhum dos conceitos para falar com propriedade sobre este tema, mas como cristão da teologia da libertação me desafio a fazê-lo, como reflexão pessoal, sem muito interesse teológico. Poderia então usar da poética para falar do assunto, mas também não sei fazê-lo, de maneira a deixar os leitores boquiabertos à espera do próximo parágrafo (verso)Na verdade, tenho até ‘certa inveja de pessoas que escrevem com extrema facilidade, que conseguem prender o leitor no texto, por exemplo. Isto, para falar de pessoas comuns que escrevem assim. Tenho inveja de um amigo, o Jornalista Eraldo Paulino, que tem contos boníssimos, em que tu vais lendo e queres logo que chegue a próxima parte para saber o que vai acontecer. Para falar dos grandes escritores imortais da literatura mundial gosto muito FiodorDostoiévski, Agatha Christie, Dan Brown, Dalcídio Jurandir, José Saramago, Erico Veríssimo, da vontade de matar de tão bem que os caras escrevem. 
Mas vamos ao que interessa ... Quando que participo de algum encontro de formação da ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana), com formadores bons, sempre saio com a cabeça fervilhando de ideias e muitas vezes questionando certas práticas dentro da mesma. Estive a pouco em uma atividade e sai de lá muito reflexivo com que ouvi. Mesmo porque penso que sou de uma ala da igreja chamada de teologia da libertação, que, no atual contexto, é uma minoria, já que na ICAR, atualmente, o que prevalece é uma igreja mercado da fé, onde as pessoas correm atrás de milagres e curas para si e somente para si. Sendo assim, sua devoção e sua fé devem ser retribuídas por Deus com aquisição de bens materiais é uma manifestação vazia de sentido. Não sei, sinceramente, se podemos chamar a isto de espiritualidade. Refiro-me a ala neopentecostal da ICAR, com sua teologia da prosperidade.  
No referido encontro, estávamos tentando entender qual a missão da Pastoral da Juventude dentro da igreja hoje e o nosso facilitador iniciou dizendo que a igreja é uma anciã que vem de longe, de muito longe. Mas de onde vem a igreja? Muitos, no afã de dar esta resposta, dizem que ela vem de Abraão, outros dizem que vem do início do mundo dando alusão ao Gênesis, outros ainda dizem que vem de Caim e Abel. Masnada disso se faz verdade. A igreja é uma anciã que vem de Deus. Ela é mistério e é constituída pela vontade de Deus, fruto de um projeto trinitário de Deus. Ela é sacramento, sinal visível da vontade de Deus e seu mistério, mas ao mesmo tempo a igreja é humanaporque historicamente ela é dirigida por homens iluminados por Deus. Esta mesma igreja tem dois fatores de renovação um é teológico e o outro cronológico. 
Teologicamente, quem renova a igreja é o Espírito Santo de Deus, que dá vigor e novos ares e que mantém a igreja viva até os dias de hoje. Jácronologicamente a igreja é renovada pela juventude que traz a novidade e o vigor que ela sempre precisa. Mas, como todos sabemos, a igreja também é filha de seu tempo e reflete dentro de si os problemas da sociedade e, muitas vezes, é mudada por isso. 
Concordo plenamente com facilitador do encontro, que disse: a igreja, em seu inícioera um sinal visível da vontade de Deus, verdadeiramente expressão de sua vontade. Entendo, porém, que também algumas alas da igreja continuaassim, sendo suscitadas pelo Espírito Santo de Deus. Não me atrevo a dizer que seja minha ala, mas espero profundamente que ela seja uma delas. Como penso também que a igreja, desde seu início, nunca foi uma só: existiam várias igrejas. Contexto em que algumas dessas igrejas foram se afastando da vontade de Deus, já no começo da caminhada, e impondo sua vontade sobre a vontade das várias comunidades constituídas. 
O Livro de Atos dos Apóstolos nos diz que os cristãotinham tudo em comum e, por trezentos anos, a maioria dos cristãos vivia esta espiritualidade da comunidade, da partilha e do amorAs comunidades tinham suas dificuldades, mas a grande expressão de fé se dava a partir daí. Mesmo assim, ouve um ‘para pra acertar’ as coisas, com o Concílio de Jerusalémem que Paulo e sua equipe queriam uma coisa e Pedro e sua equipe queriam outra. Vemos claramente aquique não existia uma, mas duas igrejas: uma mais aberta e acolhedora e a outra mais fechada e excludente, já que deixava algumacategorias longe dos serviços e da palavra. E não se acertaram aqui não! Conclusão, falaram para Paulo: ‘Nós te autorizamos a pregares para fora (pagãos- gentios) nós ficamos como sempre, com os Judeus e nossas práticas’. E assim continuaram durante mais ou menos 300 anos, sendo perseguida a igreja das catacumbas, das reuniões em família, do catecumenato e muitas pessoas dando a vida por causa do projeto de Deus: os mártires da igreja primitiva. Podemos denominar de a primeira fase das igrejas, das três que vou apontar mais a frente. 
segunda fase se dá quando a igreja passa ser a religião oficial do império. Mas não foi assim de uma só vez. O primeiro passo para acontecer foi a decadência do Império Romano no início do século II. Os bárbaros ameaçavam a invadir o império, e os cristão cresciam em grande número, mas e se recusam a servir o Império Romano voltando a ser perseguido. Percebendo a força crescente da religião, o imperador Constantino I resolveu usá-la politicamente para fortalecer seu próprio poder e enfrentar a decadência romana. 
Sob a inspiração do lema “um Deus no Céu, um Imperador na Terra”, Constantino proclamou em 313 o Édito de Milão, lei que garantia liberdade para cultuar qualquer deus, o que seria fundamental para a futura conversão total do império à religião. Na prática, o Édito de Milão representou uma verdadeira guinada. O cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano no ano 380 por ordem do imperador Teodósio I, que tomou a medida numa lei conhecida como Édito de Tessalônica. Aproveitando a força da nova religião do império e força que ela tinha para mandar os cristãos para fronteira do império agora cristão, para defender a fé contra os hereges, mantendo-se como imperador. 
Neste período vemos uma igreja voltada para o Poder e a luxuria, que passa de perseguida para se tornar perseguidora. Tanto poder que a igreja se vê em um longo período sem a força do Espírito Santo. O que valia era a força política. Um papa tinha tanto poder que podia colocar ou derrubar um rei com a força de sua palavra e de seu exército. A igreja se tornou também uma instituição muito rica. Temos aqui, neste período, o endurecimento da igreja com os dogmas, as cruzadas, as guerras santas, acaças às bruxas. Foi justamente neste momento que três coisas que não podiam se confundir foram confundidas, a saber: Reino de Deus, Igreja e Mundo. 
O Reino de Deus é o seu projeto de amor e expressão maior de sua vontade para toda a humanidade, onde não há pré-conceito e nem diferenças. É tudo aquilo que Deus sonhou para a humanidade, no seu desejo de o ser humano seja plenamente feliz. 
Igreja é, como já foi explicado acimasinal e sacramento de Deus.  
Mundo todos nós conhecemos. Tem muitas coisas criadas por Deus tantas outras criados por nós seres humanos. Muitas das coisas criadas por nós são da vontade de Deus, outras não. Mas tudo isso é expressão de nossa liberdade 
Além da igreja, há outras expressões de Deus e outras religiões, onde Deus também pode se manifestar. Mas a hierarquia da igreja, cega por tanto poder e tanta riqueza, confundiu a igreja com o Reino, pensou que a igreja era igual ao Reino e fez muita coisa em nome de Deus que hoje temos certeza que abominava, como as cruzadas e a perseguição de muitas pessoas e instituições. Queria, assim, implantar no mundo todo e a todos, o modo de ser da igreja-poder. Ao mundo, não pode dar outra coisa. Houve muita resistência e muita morte. Foram quase mil anos em que a humanidade mergulhou numa profunda crise.  
Mas a pergunta que fica é: a manifestação de Deus não houve? Claro que sim! Deus sempre se manifesta. A vida religiosa foi a responsável de uma ruptura da igreja como símbolo do poder, para uma igreja vontade de Deus. Podemos pensar em várias pessoas como esta expressão de Deus, como São Francisco de Assis, Jordano Bruno, Santo Inácio de Loiola, São Domingos de Gusmão, Santa Teresinha, Madre Teresa de Calcutá, São Luis Orione e tantos outros santos e santas, que mantiveram presente o Reino de Deus neste período todo. Além de milhares e cristãos e cristãs anônimos e anônimas que foram sempre fiéis ao Reino Deus.  
Novamente os ventos sopraram dentro da igreja tirando as poeiras e dando novo ar, e chamamos de Vaticano Segundo, João XXIII e depois, Paulo VI. Este é o início do terceiro período da igreja. Mesmo com muita resistência, até hoje não vivemos todas as mudanças propostas, embora tenha demonstrado grande avanço. 
Somente o fato de João XXlll convocar o Concílio causou primeiro choque. O simples evento conciliar agitou as aparentemente tranquilas águas eclesiais. Toda a Igreja se mexeu, desde as congregações romanas até os fiéis lá na base longínqua. Dois anos de preparação já anunciavam a turbulência que iria acontecer na aura conciliar. Enquanto as comissões pré-conciliares, formadas basicamente a partir da conservadoríssima cúria romana, elaboravam os documentos preparatórios, grupos progressistas preparavam material inovador. 
As sessões do Concílio tornaram-se a arena em que essas duas tendências se defrontaram ao longo das quatro sessões. Pouco a pouco, a linha progressista se firmou hegemônica e conseguiu rejeitar praticamente todos os documentos preparatórios, menos um, e influenciar predominantemente na redação dos novos textos. Os conservadores, porém, conseguiam apenas inserir neles adversativas de cautela. Assim, a redação final resultou aberta com discretos toques conservadores. No primeiro momento, depois do Concílio, atravessou a Igreja alentado sopro de renovação no campo teológico, moral, disciplinar e institucional”, nos diz o saudoso Pe. J. B. Libânio em um artigo. 
A eclesiologia deslizou rápido para a cristologia. Aliás, o próprio Paulo VI afirma categoricamente: “É Cristo, Cristo que é nosso princípio, Cristo que é nosso caminho e nosso guia; Cristo que é nossa esperança e nosso fim”. Ou ainda: “Possa esse Concílio ter plenamente presente ao espírito esta relação entre nós e Jesus Cristo, entre a Igreja santa e viva que somos, e Cristo, de quem vimos, por quem vivemos, para quem vamos. Relação múltipla e única, imutável e estimulante, cheia de mistério e de clareza, de exigência e de felicidade”. E de maneira bem incisiva, continua Paulo VI: “Que sobre esta assembleia não brilhe nenhuma outra luz senão Cristo, luz do mundo. Que nenhuma verdade retenha o nosso interesse afora as palavras do Senhor, nosso Mestre único! Que uma só inspiração nos dirija: o desejo de lhe sermos absolutamente fiéis! Não tenhamos outro apoio senão a confiança nascida de sua promessa e que tranquiliza a nossa fraqueza irremediável: ‘E agora eu estarei convosco sempre até o fim dos séculos’”. 
A Igreja só se entende a partir da atitude fundamental de Jesus. Movido pela paixão pelo Pai, Jesus anuncia e realiza, por meio de sua pessoa, de pregações e de ações, o Reino de Deus, que consiste fundamentalmente no serviço ao mundo. “Pois o Filho do homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate pela multidão” (Mc 10,45). A Igreja não existe para si, mas para servir o mundo. No espírito de Jesus, situam-se os eixos do Concílio Vaticano II. E deveria ser sempre assim! Mas a Igreja é humana. Teve avanços significativos (Libânio aponta alguns), mas teve também retrocessos. Vamos aos avanços. 
A Palavra de Deus está no centro 

O Concílio marcou o primado absoluto da Palavra de Deus de várias maneiras. Simbolicamente, organizou-se procissão de entrada da Bíblia na aula conciliar. Ela ocupava aí lugar de destaque. A presença de evangélicos convidados servia de acicate contínuo para dialogar com eles a partir da Palavra de Deus. João XXIII estabeleceu a dimensão ecumênica como fundamental para as discussões e documentos conciliares. 
O Concílio não hesitou em afirmar sem rebuço que “ele se põe à escuta da Palavra de Deus para proclamá-la como anúncio de salvação a fim de que o mundo inteiro, ouvindo, creia, crendo, espere, esperando, ame” (Dei Verbum, n. 1). E, de fato, os textos conciliares se impregnaram da Palavra de Deus. O Decreto Optatam Totius sobre a formação sacerdotal, chama-a de “alma de toda a teologia”, instando que os alunos se empenhem em seu estudo (Optatam Totius, n. 16). Sem dúvida, após o Concílio, a Igreja se modificou radicalmente em relação ao papel da Escritura na sua vida em todos os níveis, desde os círculos bíblicos populares até os estudos aprofundados em exegese. A Escritura impregna a liturgia e a espiritualidade. E cresce a prática da leitura Orante da Escritura. 

A base batismal igualitária do Povo de Deus 

No início da Igreja está o batismo. Nele, todos somos iguais. Antes, portanto, de qualquer distinção de ministério, grau ou hierarquia, está o Povo de Deus, que, no projeto de Deus, vai além da própria Igreja: toda a humanidade chamada à comunhão com a Trindade. Cada fiel batizado antecipa a plenitude final da Igreja. E o batismo nos conduz à Eucaristia. Lá todos participam do mesmo Cristo. Enfim, o mesmo Espírito Santo habita em todos. O leigo, pelo batismo e pela Eucaristia, tem plena cidadania eclesial com amplo espaço de iniciativa, liberdade, autonomia, participação, gestação de espiritualidades próprias. Na América Latina, assistimos a tal acordar dos leigos, sobretudo nas comunidades eclesiais de base - CEBs - com ministérios próprios, a que Paulo VI alude na Evangelii Nuntiandi. 

Toda Igreja é participação 

Em íntima articulação com a base laical(,) batismal e eucarística, lentamente se anuncia e se constitui uma Igreja de participação em todos os níveis, superando a rigidez tricêntrica: Roma, diocese, paróquia. A colegialidade em todas as esferas, a sinodalidade, os diversos tipos de conselhos exprimem a riqueza desse novo espírito eclesial nascido do Concílio. Todos somos Igreja e, quanto mais participamos, mais Igreja somos. Conquista irrenunciável da verdadeira Igreja, já bem distante das afirmações de Pio X no sentido de dependência. 

A Igreja existe para o mundo fora dela 

A Igreja do Vaticano II levantou a cabeça da sua interioridade e viu em volta de si cristãos de diferentes Igrejas. Uns mais próximos, como os ortodoxos, e outros mais distantes, como as denominações pentecostais e neopentecostais. O olhar avançou e encontrou os irmãos em Abraão. Outras religiões apareceram no horizonte. E mais longe, em termos religiosos, contemplou a humanidade nas alegrias e esperanças, nas tristezas e angústias. Com todos pretendeu dialogar. Invade toda a Igreja o imenso desejo do diálogo com os protestantes, com os judeus, com as outras religiões e com os não crentes. Todos seres humanos. Todos tocados pelos problemas do mundo de hoje. Tudo isso interessa à Igreja do Vaticano II, que para cada um desses grupos expressou seu pensar e propósito de ação em diferentes documentos. A maior novidade veio com a Constituição Gaudium et Spes, em que a Igreja reconheceu a autonomia das realidades temporais, terrestres, ao renunciar os últimos resquícios da cristandade e ao pôr-se a serviço de toda a humanidade do mundo moderno. 
Mas, a meu ver, ficou uma coisa, que é um peso muito grande para a igreja, herança de Constantino. Ela continua na igreja até hoje: o clero. Nos diz José Comblinque até Constantino, ou seja, no primeiro ciclo da igreja, na igreja primitiva não havia distinção entre pessoas sagradas e pessoas profanas. O que chamamos hoje de o clero e os leigos não existia. Eram todos leigos, pois Jesus se separou da classe sacerdotal e não tinha previsto nenhuma maneira para que aparecesse outra classe sacerdotaljá que todos são iguais em sua proposta. Mas Constantino inventa e ainda separa do povo, como uma classe dos especiais. Para Jesus toda pessoa é sagrada, então não há necessidade de separar as pessoas. Com essa separação, nasce o clericalismo. 

Participando dessa mesma preocupação temerosa de perder a concepção hierárquica da Igreja, julgada de direito divino, insinuou-se certo espírito clerical. O medo principal consistia em ceder o lugar de destaque dado ao clero para os ‘leigosupervalorizados’, com um suposto prejuízo para o número das vocações sacerdotais. A exterioridade e a relevância atribuídas ao clero sofreriam detrimento e seu reconhecimento social seria diminuído por força da promoção dos leigos. Tal percepção reforçou o clericalismo durante e depois do Concílio 
Digo que o clericalismo só busca o poder e o apoio ao poder em todas as suas formas. Mais que nunca é visível isso em nossa igreja, enquanto o seguimento a Jesus e seu evangelho vai na contramão do clericalismo, renunciando ao poder e a toda forma de dominação. Porém, nem tudo está perdido. Mais uma vez, na contramão da historia, o sopro de Deus. Ainda dentro do Concilio do Vaticano ll, um grupo de bispos da América Latina faz um pacto, chamado de pacto das catacumbas, no intuito de viverem de acordo com o projeto de Deus revelado na pessoa de Jesus e no seu evangelho. Ali se comprometeram a viver pobres em suas dioceses e depois priorizar em todas as suas atividades o que é dos pobres. Além de animarem a Conferência de Medellin, aqui na América Latina. É justamente neste período que nascem as CEBs, as Pastorais Sociais e, um pouco mais pra frente, a Pastoral da Juventude. Tudo isto fruto desse sopro de Deus. 
Passando o período inicial do Vaticano II, com Paulo VI e João Paulo I, os dois próximos papas vão fortalecer o clericalismo, os dogmas da igreja e combater a forma de se fazer igreja na América Latina, defendendo que a igreja é divina, é de Deus. Mas parte dela é humana, muito humana e muito distinta do Reino de Deus e do evangelho de Jesus. 
Por exemplo, quantos sacramentos Deus deixou? Sete, cinco? Pois bem, até o século XII se discuti se eram 10, 5, 7, 9, 4. E não havia acordo, até que finalmente decidiram que era sete. Olhemos o que nos escreve Comblin: “mas há coisas que visivelmente já não falam para as pessoas de hoje. Por exemplo, o sacramento da penitência com confissão a um sacerdote. Quantos se confessam atualmente? Há 20 anos, eu atendia na Semana Santa, em uma paróquia popular, 2.000 confissões, e o pároco outras tantas. Atualmente, 20, 30, ou seja, as pessoas já não respondem mais. Isso foi definido no século XII, XIII. Por que manter algo que já não tem nenhum significado e, ao contrário, provoca muita recusa? Ou seja, que alguém necessite falar com alguém, que o pecador goste de falar com alguém, mas não justamente ao sacerdote. Há muitas pessoas, muitas mulheres, que podem exercer esse ofício muito melhor, com mais equilíbrio, sem atemorizar como fazem os sacerdotes. Isso é uma coisa. Mas há um monte de coisas que é necessário revisar porque não têm futuro. É inútil querer defender ou manter algo que já é obstáculo para a evangelização e que não ajuda absolutamente em nada. Nas liturgias há muitas coisas que mudar. A teoria do sacrifício foi introduzida pelos judeus, naturalmente. No templo se oferece sacrifícios, os sacerdotes são pessoas sagradas que oferecem o sacrifício. Toda essa teoria, atualmente não significa absolutamente nada. Que o padre seja dedicado ao sagrado para oferecer o sacrifício e que a Eucaristia seja um sacrifício, tudo isto vem de Jesus? Ah, não vem de Jesus. Então, é preciso ver se isso vale ou não vale. Para que manter algo que não vale? E depois há também a outra parte: o que não ajuda, o que tem sido infiltração de outras tendências, outras correntes.”  
Não sou eu que digo, mas concordo plenamente com ele. Há muito de (...) na Igreja e poucos que vivem o projeto. Como ele mesmo diz, uma minoria abraamica. Quero dizer que a igreja mudou tanto que ela  aparece ser mais dos homens, pois ela está longe, muito longe do Reino e do seguimento de Jesus. Com essa onda de clericalismo eu diria que o mundo tem muito mais coisa de Deus do que a própria igreja e reafirmo, sem medo de errar, estamos longe e muito longe do Reino de Deus. 


Nego Nago. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário