A procura
de outra margem.
Todos nós ao que parece somos sempre
condicionados a julgar o outro,
A pergunta que me surge é como olhar para
o outro? Como posicionar-se diante do outro, sem fazer o pré-julgamento do que
ele seja ou rotular?.
Me parece ser um grande desafio, até mesmo quando definimos
uma pessoa nós estamos a nos definir também, quando nós dissemos que fulano é
ruim automaticamente estamos dizendo que nós somos bons, que fulano é injusto é
porque nós somos justos. Será?
A partir do que? e de quem definimos
aquilo que é bom ou ruim?
o que é certo ou errado?, ou até mesmo o que é
natural e aquilo que não o é?, porque devemos estar de um lado ou do outro?
Porque devemos sempre dizer sim ou não? Como inventar uma terceira margem, para
ultrapassar nossa maneira de rotular ou julgar.
Como e difícil
tirar de nós a armadura que nos impuseram desde que nascemos, a todo momento somos vigiados e bombardeados por pessoas e ideias quase que exigindo que possamos seguir e estar dentro de certos padrões
impostos.
Talvez por isso de quebra exigimos que os outros estejam dentro de nossos padrões para ser aceito.
Muitos para ser aceito socialmente vestem a armadura o bom rapaz, a boa moça, os certinhos, os bonitinhos. recebem o selo "esse ou essa e pra casar" a que preço? ao recusar
estar dentro dos nossos padrões e porque é o rebelde, aquele que quer
aparecer.
Será que só o nosso olhar é o verdadeiro? Só a nossa percepção é a real?
Nós somos os libertários? os paladinos da verdade? Porque não pensar que aquele que nos parece diferente
está nos convidando para uma dialogicidade, está nos convidando a construir um
caminho complementar, que temos que pensar juntos e juntas, uma alternativa
diferente dos nossos caminhos costumeiros, solitários e maquinal, convite para
confrontar o nosso caminho costumeiro e viciado, convite a superar nossos
medos.
procurar para além das duas margem ja conhecidas do rio uma outra margem.
É urgente penso eu criar sempre uma
terceira margem para além das margens cotidianas e naturais uma margem que
assegure o transbormento onde seja bem-vindo o novo, o diferente, o
desconhecido onde tenhamos a coragem de trocar o julgamento pelo acolhimento.
Nego Nagô.